A renúncia aos mandatos parlamentares é
usada por deputados e senadores para evitar o processo de cassação. Desde 2010,
com a Lei da Ficha Limpa, quem abre mão do cargo para escapar da perda de
mandato fica inelegível por mais 8 anos após o período do mandato. Antes, o
político poderia voltar a se candidatar nas eleições seguintes.
Relembre alguns casos:
ACM
Em maio de 2001, 20 meses antes do final de seu mandato, o senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL) renunciou para não ser cassado. Ele foi acusado de participar
da violação do painel de votações do Senado no processo de cassação de Luiz
Estevão. A renúncia foi feita em discurso, em que também criticou o governo FHC
e o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Jader
Barbalho
Em 2001, Jader Barbalho
(PMDB) renunciou ao mandato de senador para escapar de um processo de cassação.
Na ocasião, ele era investigado por supostos desvios de recursos no Banpará e
na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O senador sempre
negou as irregularidades.
Valdemar Costa Neto
Em agosto de 2005, o então deputado federal e presidente nacional do PL
Valdemar Costa Neto renunciou ao mandato de parlamentar em discurso no
plenário. Na época, já figurava entre os suspeitos de envolvimento no escândalo
do mensalão. Na ocasião, admitiu que recebeu dinheiro do PT, mas como recursos
de campanha não declarados à Justiça Eleitoral. Em 2006, ele concorreu
novamente ao cargo, para o qual foi eleito e depois reeleito em 2010.
Carlos
Rodrigues
Conhecido como Bispo Rodrigues, o deputado Carlos Rodrigues, do Partido Liberal
do Rio de Janeiro (PL, atual PR), também acusado de corrupção pelas CPI's dos
Correios e do Mensalão, renunciou em setembro de 2005. No caso do mensalão,
Carlos Rodrigues foi acusado de receber, via assessores, R$ 400 mil das contas
do empresário Marcos Valério, apontado como o operador do esquema de corrupção.
José
Borba e Paulo Rocha
No mesmo dia em que o Conselho de Ética abriria os processos de cassação, os
deputados José Borba (PMDB) e Paulo Rocha (PT) renunciaram para escapar do
processo e manter seus direitos políticos, em 2005. Ambos estavam na lista de
acusados de corrupção da CPI dos Correios e do Mensalão. Paulo Rocha voltou a
se candidatar e se elegeu em 2006.
Severino
Cavalcanti
Em 2005, o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP) renunciou ao
mandato de deputado federal para fugir do processo de cassação causado pelo
episódio que ficou conhecido como "mensalinho", em que foi acusado de
cobrar dinheiro do proprietário de um restaurante na Câmara.
Coriolano
Sales
Após acusação de envolvimento no "escândalo das sanguessugas", o
deputado Coriolano Sales (PFL) abriu mão de seu mandato em agosto de 2006. Ele
foi o primeiro a renunciar entre os acusados do caso de desvio de recurso
público por meio da compra de ambulâncias a preços superfaturados. Coriolano
Sales foi acusado de receber R$ 172 mil da quadrilha.
Marcelino
Fraga
O deputado também renunciou a seu mandato em 2006 por conta de acusação de
envolvimento no “escândalo das sanguessugas”, esquema de compra de ambulâncias
com dinheiro público a preços superfaturados. Com isso, Marcelino Fraga
(PMDB-ES) escapou de abertura de processo de cassação.
Joaquim
Roriz
Em 2007, Joaquim Roriz (PMDB) abriu mão de seu mandato de senador, depois de
ser acusado de corrupção. Ele havia sido acusado de envolvimento em desvio de
recursos do Banco de Brasília (BRB).
Ronaldo
Cunha Lima
O deputado do PSDB da Paraíba renunciou ao mandato em 2007 para evitar ser
julgado pelo Supremo Tribunal Federal, segundo carta lida em plenário. Cunha
Lima foi acusado de tentar matar o ex-governador da Paraíba, Tarcísio Buriti,
em dezembro de 1993. Na época governador do estado, Cunha Lima disparou três
tiros contra o adversário político. Depois de preso, disse que atirou para
defender a honra de seu filho, que ocupava um cargo público e era alvo
frequente de críticas de Buriti.
Renan
Calheiros
Em dezembro de 2007, após seis meses de denúncias, o senador Renan Calheiros
(PMDB) renunciou à presidência do Senado durante discurso no plenário. Ele quis
evitar cassação pela acusação de ter sociedade, por meio de
"laranjas", com o usineiro João Lyra em duas emissoras de rádio e um
jornal em Alagoas.
Em setembro do mesmo
ano, Renan havia escapado de ter o mandato cassado por acusação de ter despesas
pessoais pagas por um lobista de construtora. Na ocasião, ele foi absolvido
pelos senadores após votação em plenário.
Apesar de deixar a
presidência na época, continuou no cargo de senador, para o qual foi reeleito
em 2010. No novo mandato, ele foi eleito novamente pelos colegas para comandar
a Casa no início deste ano.
Fonte: G1.com
Tom Sérgio, do Blog Jordão em Foco.
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