O
Exército informou que 143 indígenas estão abrigados no quartel do 54º Batalhão
de Infantaria de Selva (BIS), em Humaitá, município do Amazonas a 590 km de
Manaus. Entre o grupo há adultos, adolescentes e crianças. Os índios recebem
segurança depois que as unidades da Funai e Funasa foram incendiadas por um
grupo de pessoas que cobra agilidade nas buscas por homens desaparecidos na
BR-230 (Rodovia Transamazônica). Há suspeita de que eles tenham desaparecido na
altura da aldeia dos índios Tenharim.
O
conflito na região se agravou na quarta-feira (25), quando moradores de Apuí e
Humaitá, municípios situados no Sul do estado, promoveram diversas
manifestações. Eles cobraram agilidade da Polícia Federal de Rondônia (PF-RO)
nas buscas pelos homens que estão desaparecidos há mais de uma semana. Eles
acusam os índios da etnia Tenharim de estarem fazendo o grupo de refém dentro
da reserva indígena localizada na divisa entre Rondônia e Amazonas. Os
manifestantes chegaram a atear fogo em três carros e nas sedes da Fundação
Nacional do Índio (Funai) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) de Humaitá.
O
grupo de desaparecidos teria sido visto pela última vez na aldeia de índios da
etnia Tenharim. De acordo com o coronel Antônio Prado, comandante do 54º BIS,
na terça-feira (24), véspera de Natal, familiares e amigos dos desaparecidos
interditaram a balsa que faz a travessia do Rio Madeira, em Humaitá.
"A
manifestação popular atingiu nível muito alto de violência. Na tarde de 25 de
dezembro, os manifestantes passaram a se reunir, dessa vez em frente ao prédio
da Funai e iniciaram o lançamento de fogos de artifício e coquetel molotov
contra o prédio e veículos daquela instituição. Em seguida, partiram para a
sede da Casai e Pólo Base onde causaram os mesmos danos. Além disso,
incendiaram o Barco da Funai que prestava apoio aos indígenas em outros municípios",
informou Prado.
O
comandante afirmou que, após os ataques, a Funai solicitou proteção à
integridade dos indígenas. "A solução mais segura encontrada foi a
de trazê-los para o interior do quartel do 54º BIS, onde se encontram em
segurança 143 indígenas, adultos, adolescentes e crianças", disse.
Tom
Sérgio, do Blog Jordão em Foco.
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