O deputado estadual,
Jesus Sérgio de Menezes (PDT), chegou na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac)
com um desejo: "De mudança do atual modelo político, acreditando que é possível
ser político sem alterar suas características como ser humano".
Segundo ele, foi esse sentimento que o impulsionou a ingressar na política
acriana. Natural de Tarauacá, distante 400 km de Rio Branco, Jesus Sérgio, 42
anos, é casado com Lucinéia Nery de Lima Menezes com quem tem três filhos.
Formado em Matemática com MBA em Negócios Financeiros atuou como bancário por
mais de 15 anos e outros 20 anos como professor da rede pública de ensino.
Nas
eleições de 2012, Jesus Sérgio foi eleito vereador em sua cidade e, em 2015,
firmou-se como deputado estadual ficando entre os parlamentares mais atuantes
da Aleac com 28 preposições apresentadas no primeiro ano de mandato. Desse
total, foram 18 indicações com reivindicações e intervenções em prol da
população, três moções, cinco Requerimentos e dois Projetos de Lei sancionados.
Nessa semana ele
recebeu, com exclusividade, a equipe do Jornal O Rio Branco para um bate papo.
Na entrevista, ele prestou uma avaliação do seu mandato, relembrou os embates
na tribuna da Casa de Leis e comentou sobre a situação política vivida em nosso
estado e no país. Leia na íntegra a entrevista.
ORB - O senhor se
destacado especialmente em sua base eleitoral, por sua aproximação com a
população quando, em geral, após período eleitoral raramente os eleitos
regressam à terrinha. Esse é uma das formas que o senhor encontrou de retribuir
a confiança do eleitorado?
O povo reclamava
demais de outros políticos, pois só apareciam em época de eleição. Eu me propus o contrário, estar presente, pois só
desta maneira posso conversar com cada um
e acompanhar de perto como estão as ações de governo dentro dos
municípios, ver o que estar bom e o que precisa melhorar para, então, corremos
atrás do que precisa melhorar.
ORB- Como o senhor
avalia o primeiro ano como deputado estadual?
Muito bom, foi um ano
de aprendizado e muitas ações propositivas sempre buscando fazer o que é
possível. Tivemos projetos importantes aprovados, indicações e requerimentos
atendidos. De um modo geral foi ano proveitoso, principalmente pelos resultados
alcançados para a população.
ORB - O senhor se
considera um político polêmico, pacífico, apático ou centrado?
Considero-me
centrado, pois procuro pensar e pesar bem as minhas atitudes. Procuro me cercar
de todas as informações possíveis e quando possível vou pessoalmente verificar as
informações para depois tomar uma decisão.
ORB - Nesse primeiro
ano, qual discurso mais lhe emocionou e qual mais o revoltou?
Coincidentemente foi
o mesmo discurso quando defendi a permanência de um soldado da PM que foi
expulso da corporação pelo Governo do Estado por ser portador do vírus da
Hepatite B. Ao mesmo tempo em que me emocionei fiquei também muito revoltado
porque se tratava de um jovem cheio de sonhos que ao ingressar na corporação,
por meio de concurso público, não era portador do vírus. Quando chega a hora
dele ser efetivado e refaz todos os exames descobre a doença e é expulso, isso
é revoltante.
ORB - Quais as ações
mais importantes defendidas pelo senhor em seu primeiro mandato?
Procurei trabalhar
tendo como base as principais reivindicações das comunidades que chegavam até
nosso gabinete, sendo algumas delas nas áreas da educação, como a Lei 3.109 que
regulamenta o uso de celulares em sala de aulas, na área social; a audiência
pública realizada em decorrência das enchentes que assolou nosso povo acriano;
na área de segurança pública, como a Lei 3.110 que inibe o roubo e o comércio
ilegal de bicicletas, dentre várias outras ações que julgamos de relevante
importância para nosso povo do estado do Acre.
ORB - O senhor teve
algum projeto de Lei aprovado? Se sim, quais benefícios eles trarão à
sociedade?
Sim, tive dois
Projetos de Leis aprovados e sancionados no mês de dezembro de 2015, sendo
eles: Lei 3.109 que regulamenta o uso de celulares em sala de aulas. Como
professor há mais de vinte anos via a necessidade de se trabalhar algo no
sentido de regulamentar o uso desses eletrônicos em sala de aula, pois só o
Regimento Interno das escolas não dava conta e algo precisava ser feito para
dar um suporte melhor aos professores e equipes gestoras, os estudos confirmam
que o uso desses equipamentos de forma desordenada dificulta a aprendizagem
pois tira a atenção dos discentes. Outro foi a Lei 3.110 que inibe o roubo e o
comércio ilegal de bicicletas, essa Lei não vai evitar que bicicletas sejam
roubadas ou comerciadas ilegalmente, mais acreditamos que vai inibir aos que
assim quiserem fazer, bem como criar um sistema de identificação das bicicletas
e quando forem roubadas e o dono registrar o B.O (Boletim de Ocorrência),
ficará no banco de dados de veículo roubados, tal qual ocorre como motos e
carros.
ORB - Qual a melhor
coisa em ser um deputado e qual a pior?
A melhor é o contato
permanente que você tem com as pessoas, e a pior é ver de perto que você não
tem a chave para a solução de muitos problemas, que muitas das vezes são
simples e poucos querem ver ou ajudar a resolver.
ORB - O senhor tem
pretensões "maiores" na política?
Todo político tem
pretensões maiores, mais isso tem que ser uma coisa de cada vez, agora quero
fazer um bom trabalho como deputado estadual e sentir da população se eles
precisam mais de mim, como deputado estadual ou federal ou mesmo prefeito de
meu município.
ORB - O que os seus
eleitores e a sociedade acriana podem esperar no senhor em 2016?
Um deputado aguerrido
e se posicionando sempre ao lado da população, por acreditar que, como seus
representantes, assim é que temos que agir sempre. Confiando em todo momento em
nosso poderoso Deus.
ORB - Em poucas
palavras, fale do sentimento de representar a coletividade, qual o seu maior
desafio no caminhar político?
Sentimento de
gratidão e ao mesmo tempo de responsabilidade, gratidão pelo fato de terem depositado em mim a missão de trabalhar por eles
e, responsabilidade por procurar sempre honrar a confiança que me foi dada. Meu
maior desafio é chegar ao final do mandato com a certeza do dever cumprido.
Fonte: oriobranco.net edição de 17/01/2016