Por: Altino Machado.
Vencedor do Prêmio Chico Mendes de Meio
Ambiente em 2005 e ex-vice-prefeito do município de Jordão (AC), o líder
indígena Siã Kaxinawá está preso na delegacia de Tarauacá após ter sido
flagrado pela Polícia Civil do Acre durante a Operação Brasil Integrado, na
tarde de sexta-feira (5), em Feijó, com 100 gramas de maconha e sementes, além
de 4,8 mil euros.
Siã
Kaxinawá regressava ao Acre após ter participado de reuniões em Israel e países
da Europa. Ele ganhou projeção dentro e fora do Brasil como ativista do
movimento de defesa da floresta e dos direitos das populações tradicionais e
indígenas e também pelo trabalho de documentação visual.
O
delegado Nilton Boscaro, diretor do Departamento de Polícia da Capital e do
Interior, disse que a maconha, supostamente de origem holandesa, estava
embalada em “quatro tipos diversos”.
“Ele
permanecerá preso porque o delegado que preside o inquérito está convencido da
ocorrência de tráfico interno. Vamos recorrer ao banco de dados da Polícia
Federal para realizar perícia com o objetivo de identificar o país onde a droga
foi produzida. Caso outros dados de investigação e a perícia comprovem que a
droga foi comprada na Europa, ficará caracterizado tráfico internacional”
– afirmou Boscaro.
O
indígena preside a Associação dos Seringueiros Kaxinawa do Rio Jordão. Nos
últimos anos, as lideranças da etnia Huni Kuin (gente verdadeira), que é como
os kaxinawá se autodenominam, passaram a organizar sessões de Nixi-pae
(ayahuasca) dentro e fora do país. Os jovens Fabiano Maia Sales Yawabané Huni
Kuin e Fabiano Maia Sales Yawabané Huni-Kuin, ambos filhos de Siã, são os mais
notáveis do grupo.
Há
dois anos, Siã Kaxinawá foi convidado pelo governador do Acre Tião Viana (PT) a
estreitar os laços entre o governo estadual e as comunidades indígenas do
município de Jordão, para expor as dificuldades e necessidades das etnias da
região.
Consultada,
a Funai no Acre limitou-se a informar que está acompanhando o caso.
"Bom salientar que constantemente recebemos em nosso município uma quantidade considerável de 'gringos' e 'turistas brasileiros' que querem conhecer e experimentar iguarias da cultura indígena! Seria bom, digo seria pois não há, que houvesse uma maior preocupação com esta ENTRADA e SAÍDA de pessoas da regiões indígenas, já que comentários sobre o que fazem lá são os mais diversos possíveis!" - Tom Sérgio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário