A
Fundação Nacional do Índio (Funai) informou na Terça-feira, que um povo indígena desconhecido que vive isolado na floresta amazônica
estabeleceu o primeiro contato com índios da etnia Ashaninka e servidores do
órgão no Alto Rio Envira, na fronteira do Estado do Acre com o Peru. Na região,
que é alvo de invasão de madeireiros e narcotraficantes, foram avistados ao menos
três grupos de índios sem contato nos últimos 30 anos pelas equipes da Frente
de Proteção aos Índios Isolados da Funai.
Segundo
a Funai, o contato do povo indígena isolado aconteceu de forma pacífica na
aldeia Simpatia, que fica na terra indígena Kampa (Ashaninka) e Isolados do
Alto Envira, no dia 29 de junho. Mas há 20 dias, os índios desconhecidos
assustaram mulheres e crianças Ashaninka quando apareceram nas
malocas pegando panelas e facões.
O
clima ficou tenso entre índios desconhecidos e os Ashaninka, o que levou o
Governo do Acre a realizar uma operação de segurança com apoio do
Exército e da Polícia Federal na fronteira. Em nota divulgada no dia
17 de junho, o Governo do Acre informou que a chamada Operação Simpatia
consistia em averiguar as ameaças que a comunidade Ashaninka recebiam de
“índios isolados” e classificou os desconhecidos de “saqueadores”.
Diante
da aproximação dos índios isolados na aldeia Simpatia, o coordenador-geral de
Índios Isolados e Recém Contatados da Funai, Carlos Travassos, viajou para
região para acompanhar o trabalho das equipe da Frente de Proteção
Etnoambiental Envira e do sertanista José Carlos Meirelles, da Assessoria
Indígena do Governo do Estado do Acre. A Funai não divulgou fotografias do
encontro dos Ashaninka.
Segundo
a Funai, a equipe recebe apoio do Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI,
do Alto Rio Juruá/Secretaria Especial de Saúde Indígena para desenvolver
o Plano de Contingência para Situações de Contato e evitar que
os dois povos indígenas contraem doenças.
Na
região do Alto Envira na fronteira com o Peru, os três grupos de índios
isolados avistados em 30 anos de pesquisas foram denominados pela Funai como o
povo da cabeceireira do Riozinho, o povo do Rio Xinane e o povo do Rio Humaitá.
Há um quarto grupo isolado no Acre que é denominado de Mashco-Piro. Com o
contato na aldeia Simpatia, a fundação tenta qualificar os índios desconhecidos
por meio de interpretes para que haja maior conhecimento do grupo e sua lín
A
Funai diz que a Politica de Proteção aos Índios Isolados tem como premissa não
fazer o contato para respeitar a autodeterminação dos povos. O objetivo é
realizar o trabalho de proteção territorial com a presença deles. No entanto, é
previsto ações de intervenção – como planos de contingência – quando o grupo
indígena isolado procura estabelecer o contato.
Na
aldeia Simpatia, onde ocorreu o contato, vivem ao menos 70 índios Ashaninka,
sendo a maioria mulheres e crianças. A comunidade está localizada
na Terra Indígena Kampa e Isolados do Rio Envira, regularizada pela Funai com
232.795 hectares.
Na
reserva existem seis aldeias Ashaninka onde moram 420 índios da etnia. Os
indígenas Ashaninka pertencem a família lingüística Aruak (ou Arawak).
Fonte:
contilnetnoticias
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