por
Luiz Carlos Azenha*
As
portas das salas têm aquela abertura usada para preservar a intimidade dos
casais na hora de servir bebidas e refeições do serviço de quarto. Guardam os
números dos apartamentos frequentados no passado por casais de Teófilo Otoni, a
cidade mineira de 150 mil habitantes que fica no vale do rio Mucuri.
É a
Escola Estadual de Liberdade, localizada às margens da BR 116, em Lajinha,
região rural. Desde 2011 ela funciona aqui.
Antes
disso, a escola já enfrentava problemas de infraestrutura e condições
inadequadas.
A
partir de 2006, funcionou nas salas de catequese de uma igreja católica.
Como
as salas começaram a apresentar problemas estruturais, a Secretaria de Estado
de Educação optou por alugar o espaço de um antigo motel, mas não realizou
todas obras necessárias para transformar a estrutura do local.
A
denúncia é do SindUte, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas
Gerais.
O
sindicato é conhecido por ter conseguido furar o bloqueio informativo do grupo
político do senador Aécio Neves em Minas Gerais, que acusa de ter amordaçado a
imprensa regional nos últimos 12 anos.
Foi
numa greve que durou quase quatro meses que isso se concretizou. O SindUte
imprimia folhetos em Belo Horizonte e os distribuia a professores que vinham de
longe participar das assembleias.
No
imenso estado de Minas Gerais, com 853 municípios, os professores voltavam para
suas cidades e, através dos alunos, faziam os panfletos chegarem aos pais.
Assim,
o sindicato conseguiu mobilizar não apenas professores, mas alunos e pais para
denunciar a situação da educação no Estado.
Hoje,
tanto nos discursos e debates quanto na propaganda eleitoral, o candidato Aécio
Neves invariavelmente menciona “a melhor educação fundamental” ou a “melhor
educação básica” como sendo a de Minas Gerais.
Segundo
o SindUte, o uso puro e simples do resultado do IDEB — o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica — não retrata a situação complexa da
educação mineira.
Quem
não vive no Estado, nem tem filhos nas escolas públicas mineiras, segundo o
SindUte pode ficar com a impressão de que Minas é uma exceção à regra quando se
trata das carencias do sistema educacional.
O
sindicato denuncia, entre outras coisas, que faltam 1 milhão de vagas no Ensino
Médio mineiro; que, ao contrário do que propagandeou o governo, os professores
não recebem décimo quarto salário; que um grande número de escolas de ensino
fundamental é carente de bibliotecas, laboratórios e quadras esportivas.
O
SindUte alega que, se de fato Minas Gerais tivesse a melhor educação básica e a
melhor Saúde do Brasil, como diz a campanha de Aécio Neves, o candidato do
ex-governador, Pimenta da Veiga, não teria sido derrotado de forma acachapante,
no primeiro turno, pelo petista Fernando Pimentel.
Para dar exemplos, o sindicato aponta para duas escolas que desmentem a propaganda enganosa: em Teófilo Otoni, a escola que ocupa o prédio improvisado onde funcionou um motel; em Uberaba, a escola que funciona no segundo piso de um shopping center, ao lado de três tanques com 60 mil litros de combustível, em um posto de gasolina. Ambas abrigam alunos do ensino fundamental.
Para dar exemplos, o sindicato aponta para duas escolas que desmentem a propaganda enganosa: em Teófilo Otoni, a escola que ocupa o prédio improvisado onde funcionou um motel; em Uberaba, a escola que funciona no segundo piso de um shopping center, ao lado de três tanques com 60 mil litros de combustível, em um posto de gasolina. Ambas abrigam alunos do ensino fundamental.
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