'Não
existe mais negociação', diz secretário da Polícia Civil do estado.Policiais Civis paralisaram atividades por 24 horas nesta quarta-feira (22).
Irritado
com a falta de acordo entre governo e Sindicato dos Policiais Civis do estado,
o secretário de Estado de Polícia Civil, Emylson Farias, afirmou que o governo
estadual não irá mais negociar com a diretoria da entidade. Nesta quarta-feira
(22), a categoria voltou a paralisar as atividades por 24 horas.
"A
partir de agora não existe mais nenhuma negociação. Nós avançamos, apresentamos
várias propostas de evolução, de encaminhamentos, vários tópicos apresentados
por eles foram colocados, inclusive com ganhos imediatos já no mês de fevereiro
e isso não foi aceito pela categoria. Portanto as negociações estão
completamente encerradas", disse.
O
secretário ressaltou ainda que a categoria não está de greve e acredita que a
prioridade é garantir a segurança pública para o cidadão. "Nós vamos estar prontos e a
postos para intervir em qualquer situação que seja de interesse da população.
Os delegados estão mobilizados, os policiais de maneira geral estão
mobilizados, nós temos situações específicas e pontuais. Não temos nenhum
atrito com relação a categoria de agentes ou escrivães, mas não tratamos mais
com essa direção do sindicato", afirmou Farias.
Entre
as reivindicações da categoria está a regulamentação da aposentadoria,
promoções, titulação e o baixo efetivo na Polícia Civil, que de acordo com o
sindicato, é o mesmo há 11 anos.
Segundo
Farias, algumas pautas já haviam avançado nas negociações, mas não foram
aceitas pelo sindicato. "Tínhamos avanços significativos do
ponto de vista jurídico, do ponto de vista político, traçado e encaminhado com
a Procuradoria Geral do Estado, com a SGA [Secretaria de Gestão Administrativa].
O estado tinha chegado a pontos de convergências. Nós iríamos zerar as
promoções, inclusive avançando além do aspecto jurídico, para ter um ganho
completo, da mesma forma titulação e aposentaria, mas foi rechaçada",
falou o secretário.
Os
representantes do Sindicato dos Policiais Civis não foram encontrados para
comentar o pronunciamento do secretário, mas na manhã desta quarta-feira, o
presidente do sindicato, Itamir Lima falou sobre as dificuldades na negociação.
"Estamos
cansados de acreditar em promessas. Nós ganhamos um adicional de titulação em
2012, através do decreto 4748, que não foi cumprido pelo governo. O servidor da
Polícia Civil, desde 2010, requer sua titulação e não recebe. Então nós não
podemos barganhar com o que já é nosso por direito. Lei não é para ser
negociada, é para ser cumprida", disse na ocasião.
O OUTRO LADO DA HISTÓRIA
Por
falta de efetivo, desde 2012 a Delegacia de Proteção à Mulher e ao Menor, em CRUZEIRO
DO SUL, suspendeu o atendimento à noite, nos finais de semana e feriados. Os
casos que chegam são encaminhados para a Delegacia Geral do município.
De
acordo com o vice-presidente do SINPOL, Francisco Conceição, os agentes que
ficam de plantão à noite nas delegacias do interior estão correndo risco de
vida. “Tem delegacia que fica apenas um policial à noite, é um risco de vida
que os agentes estão enfrentando. Hoje a região do Juruá tem menos policiais
civis que há 25 anos”, diz Conceição.
De
acordo com ele, em 25 anos, a categoria perdeu 43 agentes, entre aposentados e
servidores que vieram a óbito e, desde então, apenas 28 policiais foram
efetivados. Nos municípios de Marechal Thaumaturgo e Porto Walter existe apenas um
policial para atender a demanda e nos municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues
Alves e Mâncio Lima o número de agentes por plantão nas delegacias chega ao
máximo a três e em Jordão só há um Agente de Polícia Civil.
O
sindicalista ressalta que as paralisações de advertência são para alertar o
governo da situação em que se encontra a Policia Civil. Caso não haja avanços,
a categoria vai decretar greve por tempo indeterminado em todo o estado.
“Nós
temos sido usados para dar desculpa às pessoas que procuram a delegacia achando
que aqui vão ter seus problemas resolvidos. Essa paralisação é também para
mostrar à sociedade nossa situação, falta pessoal, viaturas, combustível. Quem
não sabe disso pensa que muitas vezes não resolvemos as coisas por falta de
interesse”, desabafa.
Sobre
melhoria salarial, Conceição explica que o que a categoria está exigindo é algo
já garantido por lei. Segundo ele, pela lei orgânica do estado e o estatuto do
servidor público, a cada três anos o policial civil muda de classe dentro da
categoria com aumento de salário, e quem conclui graduação de ensino superior
tem um aumento de mais 20% no salário.
“Essa
mudança de categoria é uma espécie de promoção dentro da Polícia Civil, que
está atrasado desde 2011. Já aumento de 20% para quem conclui
graduação superior, a única instituição do estado do Acre que não recebe é a
Polícia Civil. Os agentes que tem nível superior estão recebendo como se
estivessem apenas o ensino médio, o que é uma vergonha”
desabafa Conceição.
Fonte: Veriana
Ribeiro e Francisco
Rocha do Portal de notícias G1 AC
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