Guarda de trânsito
é afastado após multar e apreender carro de bispo. 'O policial errou', diz
comandante da PM de Cruzeiro do Sul. Para bispo, a ação do policial foi correta.
O sargento José Lelande da Polícia Militar que
atuava como guarda de trânsito em Cruzeiro do Sul (AC) foi retirado da função
após aplicar uma multa e apreender um veículo dirigido pelo bispo da Diocese da
cidade, Dom Mosé João Pontelo. A autuação aconteceu na semana passada depois
que o religioso se envolveu em uma colisão com uma motocicleta.
“Foi uma ocorrência normal
de um acidente que não teve gravidade, porém o carro do bispo estava com dois
anos de licenciamento atrasado e fizemos o procedimento previsto pelo código de
trânsito que é a aplicação da multa e remoção do veículo. O código de trânsito
é para todos e, na lógica, o bispo deveria dar exemplo”, argumentou o sargento José Lelande.
Ouvido pelo G1, o Bispo Dom Mosé João
Pontelo disse que a ação do policial foi correta e afirma que não sabia sobre o
atraso no licenciamento do veículo. “Nem
eu nem a administração da Diocese percebemos esse atraso, foi uma distração. O
carro foi guinchado e eu falei 'tudo bem'. Ninguém levantou a voz, eu também
não reclamei porque achei que estava correto e simplesmente aceitei. Depois o
comandante ligou para mim e perguntou como tinha acontecido e disse que tinha
que ter um tratamento específico com uma autoridade. Eu não me prevaleci da
posição porque acho que o correto é correto para todo mundo”, explicou.
O comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar de
Cruzeiro do Sul, tenente-coronel Alves, ressaltou que a transferência de função
do policial já era prevista e avalia que não houve erro quanto ao procedimento
adotado no caso do bispo, mas afirma que o comando da corporação teria que ser
comunicado. “O policial errou porque
existe uma norma da Polícia Militar que toda ocorrência envolvendo autoridade,
o comandante tem que ser acionado e eu não fui. O bispo é uma autoridade e não
precisaria ser exposto dessa forma”, avalia.
A Associação dos Militares do Estado do Acre
(AME/AC) saiu em defesa do militar que voltou para o serviço de policiamento
ostensivo. “O policial fica muito
vulnerável nessas situações, a gente sabe do comprometimento do sargento
Lelande que é rigoroso, mas é correto e quem ganha com isso é a população. Esse
foi um fator mais forte por se tratar de uma personalidade, mas ele já era
visado por ter rigor também com jovens e pessoas que dirigem alcoolizadas.
Embora o comando possa lotar o policial onde quiser vamos tentar intervir”,
conclui Isaac Ximenes, presidente da AME/AC.
OPINIÃO:
“Acredito muito na
Instituição Polícia Militar, pois passei alguns anos de minha vida nela, e acredito
que a Justiça será feita neste caso isolado, pois, a justiça tem de ser igual
para todos, sem premissas de autoridades parlamentares, eclesiásticas ou, até
mesmo, policiais ou judiciárias. Neste sentido e esperando que, por conhecer o
Sargento Lelande, acredito que o mesmo não deixará se abalar e continuará
exercendo com zelo e presteza seu digno e valoroso serviço de SERVIR E PROTEGER!” – Tom Sérgio.
Com informações do G1 Acre
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