quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

CRUZEIRO DO SUL: POLICIAL É TRANSFERIDO DE POSTO POR MULTAR E APREENDER VEÍCULO DE BISPO DOM MOSÉ

Guarda de trânsito é afastado após multar e apreender carro de bispo. 'O policial errou', diz comandante da PM de Cruzeiro do Sul. Para bispo, a ação do policial foi correta.

O sargento José Lelande da Polícia Militar que atuava como guarda de trânsito em Cruzeiro do Sul (AC) foi retirado da função após aplicar uma multa e apreender um veículo dirigido pelo bispo da Diocese da cidade, Dom Mosé João Pontelo. A autuação aconteceu na semana passada depois que o religioso se envolveu em uma colisão com uma motocicleta.
“Foi uma ocorrência normal de um acidente que não teve gravidade, porém o carro do bispo estava com dois anos de licenciamento atrasado e fizemos o procedimento previsto pelo código de trânsito que é a aplicação da multa e remoção do veículo. O código de trânsito é para todos e, na lógica, o bispo deveria dar exemplo”, argumentou o sargento José Lelande.
Ouvido pelo G1, o Bispo Dom Mosé João Pontelo disse que a ação do policial foi correta e afirma que não sabia sobre o atraso no licenciamento do veículo. “Nem eu nem a administração da Diocese percebemos esse atraso, foi uma distração. O carro foi guinchado e eu falei 'tudo bem'. Ninguém levantou a voz, eu também não reclamei porque achei que estava correto e simplesmente aceitei. Depois o comandante ligou para mim e perguntou como tinha acontecido e disse que tinha que ter um tratamento específico com uma autoridade. Eu não me prevaleci da posição porque acho que o correto é correto para todo mundo”, explicou.
O comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar de Cruzeiro do Sul, tenente-coronel Alves, ressaltou que a transferência de função do policial já era prevista e avalia que não houve erro quanto ao procedimento adotado no caso do bispo, mas afirma que o comando da corporação teria que ser comunicado. “O policial errou porque existe uma norma da Polícia Militar que toda ocorrência envolvendo autoridade, o comandante tem que ser acionado e eu não fui. O bispo é uma autoridade e não precisaria ser exposto dessa forma”, avalia.
A Associação dos Militares do Estado do Acre (AME/AC) saiu em defesa do militar que voltou para o serviço de policiamento ostensivo. “O policial fica muito vulnerável nessas situações, a gente sabe do comprometimento do sargento Lelande que é rigoroso, mas é correto e quem ganha com isso é a população. Esse foi um fator mais forte por se tratar de uma personalidade, mas ele já era visado por ter rigor também com jovens e pessoas que dirigem alcoolizadas. Embora o comando possa lotar o policial onde quiser vamos tentar intervir”, conclui Isaac Ximenes, presidente da AME/AC.
OPINIÃO:
“Acredito muito na Instituição Polícia Militar, pois passei alguns anos de minha vida nela, e acredito que a Justiça será feita neste caso isolado, pois, a justiça tem de ser igual para todos, sem premissas de autoridades parlamentares, eclesiásticas ou, até mesmo, policiais ou judiciárias. Neste sentido e esperando que, por conhecer o Sargento Lelande, acredito que o mesmo não deixará se abalar e continuará exercendo com zelo e presteza seu digno e valoroso serviço de SERVIR E PROTEGER!” – Tom Sérgio.

Com informações do G1 Acre

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