terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

BRASIL: NAS CONTAS DO FMI, BRASIL TEM A MAIOR DÍVIDA PÚBLICA ENTRE OS “5 FRÁGEIS”

Nas contas do FMI (Fundo Monetário Internacional), o Brasil tem hoje a maior dívida pública entre os países tidos como mais vulneráveis às recentes turbulências das finanças globais.

O grupo, apelidado no mercado de “os cinco frágeis”, inclui ainda Índia, Indonésia, África do Sul e Turquia. Em comum, todos têm governos gastadores e déficit nas transações de bens e serviços com o resto do mundo.
O número mais feio das contas brasileiras é o da dívida pública, equivalente, nos critérios do FMI, a 68% do Produto Interno Bruto, ou seja, da renda anual do país.
É um percentual semelhante aos 67% estimados para a Índia, mas há uma diferença importante: o peso da dívida na economia indiana vem caindo continuamente nos últimos anos, o que não acontece no caso brasileiro.
Isso acontece, basicamente, porque o PIB da Índia cresce mais que o do Brasil. Os demais indicadores indianos são piores que os brasileiros.
O governo Dilma Rousseff enfrenta uma tarefa inglória para convencer o mercado de que suas contas fiscais são sólidas - ou, pelo menos, não tão frágeis como parecem.
Na metodologia adotada pelo Banco Central, a dívida pública é bem menor, de 57% do PIB. Argumenta-se que o FMI contabiliza como dívida títulos do Tesouro Nacional em poder do BC.
O governo prefere utilizar o cálculo da dívida líquida, ou seja, descontando os créditos da União como as reservas em dólar. Nesse caso, o endividamento é de 34% da renda nacional.
Ainda que alguns desses argumentos sejam defensáveis, a equipe econômica de Dilma sofreu uma perda aguda de credibilidade nos últimos anos, em razão de sucessivos truques de contabilidade para fechar as contas do Tesouro.
Um sintoma da desconfiança dos investidores em relação à dívida do governo brasileiro são os juros cobrados pelos credores, entre os mais altos do mundo.
O Brasil gasta em torno de 5% do PIB com juros da dívida pública. Levantamento feito pelo FMI com base nos dados de 2011 só encontrou percentuais maiores na Grécia e no Líbano.

POR DINHEIRO PÚBLICO & CIA

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