Nas contas do FMI (Fundo Monetário
Internacional), o Brasil tem hoje a maior dívida pública entre os países tidos
como mais vulneráveis às recentes turbulências das finanças globais.
O grupo, apelidado no mercado de “os
cinco frágeis”, inclui ainda Índia, Indonésia, África do Sul e Turquia. Em
comum, todos têm governos gastadores e déficit nas transações de bens e
serviços com o resto do mundo.
O número mais feio das contas
brasileiras é o da dívida pública, equivalente, nos critérios do FMI, a 68% do
Produto Interno Bruto, ou seja, da renda anual do país.
É um percentual semelhante aos 67%
estimados para a Índia, mas há uma diferença importante: o peso da dívida na
economia indiana vem caindo continuamente nos últimos anos, o que não acontece
no caso brasileiro.
Isso acontece, basicamente, porque o PIB
da Índia cresce mais que o do Brasil. Os demais indicadores indianos são piores
que os brasileiros.
O governo Dilma Rousseff enfrenta uma
tarefa inglória para convencer o mercado de que suas contas fiscais são sólidas
- ou, pelo menos, não tão frágeis como parecem.
Na metodologia adotada pelo Banco
Central, a dívida pública é bem menor, de 57% do PIB. Argumenta-se que o FMI
contabiliza como dívida títulos do Tesouro Nacional em poder do BC.
O governo prefere utilizar o cálculo da
dívida líquida, ou seja, descontando os créditos da União como as reservas em
dólar. Nesse caso, o endividamento é de 34% da renda nacional.
Ainda que alguns desses argumentos sejam
defensáveis, a equipe econômica de Dilma sofreu uma perda aguda de
credibilidade nos últimos anos, em razão de sucessivos truques de contabilidade
para fechar as contas do Tesouro.
Um sintoma da desconfiança dos
investidores em relação à dívida do governo brasileiro são os juros cobrados
pelos credores, entre os mais altos do mundo.
O Brasil gasta em torno de 5% do PIB com
juros da dívida pública. Levantamento feito pelo FMI com base nos dados de 2011
só encontrou percentuais maiores na Grécia e no Líbano.
POR
DINHEIRO PÚBLICO & CIA
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