"Não são donos de empresas, não
são investidores e, além de não ganharem dinheiro, perderam o pouco que
tinham", escreveu.
O vice-presidente do Senado, Jorge
Viana (PT-AC), pela primeira vez se manifestou sobre o imbróglio envolvendo as
empresas do chamado marketing multinível, investigadas por formação de pirâmide
financeira - como Telexfree e BBom.
Viana usou a sua fan page no Facebook, nesta quarta-feira (23), para
dizer que os divulgadores dessas empresas "entraram em uma verdadeira
roubada".
Ele citou o caso das empresas Bbom e
Telexfree (Ympactus Comercial Ltda), e se disse preocupado com o "verdadeiro
drama de milhares de pessoas do Acre e de outros Estados”.
"Não são donos de empresas, não
são investidores e, além de não ganharem dinheiro, perderam o pouco que
tinham", escreveu.
A Telexfree, que vende planos de
minutos de telefonia de voz sobre protocolo de internet (VoIP na sigla em
inglês), foi proibida de operar no final de junho por acusação de praticar
pirâmide financeira. A operação do negócio está bloqueada, por tempo
indeterminado, a pedido do MP-AC (Ministério Público do Acre).
A Bbom fornece rastreadores de veículos
e também está com as atividades bloqueadas.
Viana citou a decisão da juíza Thaís Khalil,
responsável pelo processo da Telexfree, de liberar parte do dinheiro bloqueado
da empresa para sanar dívidas relativas à construção de um hotel no Rio de
Janeiro. A decisão ocorreu na semana passada.
Viana ainda comentou que a criação de
uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) deve ajudar a separar "o
joio do trigo".
Uma reunião em Rio Branco (AC) na
próxima segunda-feira (28) com representantes do Comitê Telexfree, criado por
parlamentares do Estado, irá tratar sobre a possibilidade de apelação à Justiça
para que seja liberado o dinheiro dos investidores que entraram na empresa
meses antes da intervenção judicial.
Segundo o MP, cerca de 1 milhão de
pessoas fazem parte da Telexfree em todo o Brasil.
Telexfree e Bbom são investigadas por
formação de pirâmide financeira.
A Telexfree (Ympactus Comercial Ltda.) foi proibida de realizar novos
cadastros de clientes (chamados de "divulgadores"),
bem como está impedida de efetuar pagamentos aos clientes já cadastrados, até o
julgamento final do caso, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
A ação contra a Telexfree faz parte de
uma força-tarefa conduzida pelos Ministérios Públicos federal e estaduais e que
investiga indícios de pirâmides financeiras pelo país. Outro caso sendo
investigado no momento é o da empresa BBom, que fornece
rastreadores de veículos.
A prática de pirâmide financeira é
proibida no Brasil e configura crime contra a economia popular (Lei 1.521/51).
Com promessas de retorno expressivo em pouco tempo, os esquemas de pirâmide
financeira são considerados ilegais porque só são vantajosos enquanto atraem
novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem
como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são
comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.
Tom Sérgio, do Blog Jordão em Foco.
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