O
cenário vivido por seringueiros no Acre com a desvalorização da borracha há
alguns anos mudou. Mesmo vista por muitas pessoas como profissão extinta, ainda
há quem não abra mão do trabalho na extração do látex, principalmente com o
incentivo do governo ao investir na plantação de mais mudas de seringueiras em
propriedades rurais do Estado.
O
programa Florestas Plantadas, coordenado pela Secretaria de Estado de Extensão
Agroflorestal e Produção Familiar (SEAPROF), foi implantado em 2010, ainda no
governo de Binho Marques, em Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia, Capixaba, Rio
Branco, Senador Guiomard e Assis Brasil, com o objetivo de reflorestar áreas
degradadas e fomentar a produção do estado. Em todo o Acre, já foram
distribuídas 1.067.180 mudas em 2.243 hectares até o ano de 2013.
A
base do programa é a ampliação dos plantios da seringueira, haja vista que toda
a produção já tem um mercado certo: a fábrica de preservativos masculinos NATEX,
localizada em Xapuri. Atualmente o empreendimento compra todo o látex produzido
dos seringais acreanos e a estimativa é que dobre a aquisição com o aumento da
demanda.
A parceria
da Embrapa Acre é fundamental nesse processo, por ser responsável em
desenvolver pesquisas na área da cadeia produtiva da borracha. Ao todo, 13
tipos de clones melhorados são produzidos nos viveiros e garantem resultados em
um prazo mais curto. Em média, são plantadas até 500 mudas por hectare.
“Esses
novos plantios são a garantia daqui um tempo que mais seringueiros vão
continuar tendo trabalho e renda e isso é tudo, o que ainda falta hoje é as
pessoas pararem com o preconceito com a nossa profissão.” Francisco Cruz, seringueiro.
Os
investimentos do governo também estimulam o plantio consorciado com a inserção
de frutíferas nos seringais como acerola, graviola, cupuaçu e outras, para
aumentar as possibilidades de lucro, considerando o tempo necessário para a
exploração das seringueiras. “O principal objetivo do programa é o
resgate das nossas essências e a valorização dos produtores e seringueiros”,
afirma o coordenador estadual do programa, Ademir Batista.
Fonte: Agência de Notícias do Acre
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